sexta-feira, 9 de março de 2012

O medo é uma das piores coisas que podemos carregar conosco. Medo de seguir em frente, medo de ficar parado, medo que não aconteça absolutamente nada do qual tenhamos medo. Medo que aquele emprego chegue e que talvez, a gente não dê conta de realizar o que foi solicitado. Medo, medo, medo, esse cara que deixa a gente no escuro imaginando mil coisas, possibilidades herméticas, quando o que precisamos é apenas acender a luz para perceber que nada é tão assustador quanto parece, que a vida é até bonita e que pela cortina o Sol já atravessou. E se eu te disser que tenho medo dos seus olhos me desvendando? Que tenho medo do seu querer ser incomparável? E se eu falar que tenho medo do seu gosto musical, do seu gosto por filmes e por literatura? Se eu te falar que tenho medo pra caralho? Vou confessar que fujo de você e das suas manias assustadoramente encantadoras. Tenho medo da maneira como você mexe na barba enquanto conta uma história na qual não acredita muito, tenho medo da forma como me tranquiliza. Tenho medo do seu cheiro inebriante. Da forma com que me puxa para mais perto e diz que tem uma surpresa para me contar. Vem uma ânsia ao imaginar suas coisas espalhadas pela minha cama, pela minha vida. Morro de medo desse seu sorriso tímido, que não condiz com a sua personalidade extrovertida. Do número do seu telefone no visor do meu. Do seu canto enquanto toma banho ou lava o carro, do seu canto desafinado para mim. Não diga que isso é bobagem, neurose, porque estou ciente do que digo e sei que cada detalhe seu me completa, que cada coisa que não foi, foi por puro medo de sermos tão iguais a ponto de eu deixar de me ser para ser junto com você. Ainda está aí? Por favor, não desliga o telefone. E vê se fala alguma coisa! Ou eu vou ficar imaginando que você tem medo também.

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